domingo, 4 de setembro de 2011

A Revolução dos Mortos

Eu tenho um outro blog onde conto uma história. É meu primeiro romance, narrado em primeira pessoa. É um conto de terror, mas, ao mesmo tempo, é uma história sobre a vida, seus conflitos, as maneiras que tentamos arranjar de vence-los e passar por eles.

Estou falando da Revolução dos Mortos.

Na sexta-feira eu cheguei ao final do Livro 3. Ou seja, chegamos à metade da história, ao ponto onde precisamos saber se seguimos ou não. O livro 4 começa a ser postado amanhã, não vou dar uma semana de descanso entre os livros desta vez, quero terminar a publicação o mais rápido que eu puder para começar a tratar de outra história que já tenho na cabeça, esta segunda, sobre ficção científica e vingança, inspirada em uma ideia que tive ao ler um post da @Sybylla_ em seu Blog, o Momentum Saga. Uma história sobre viagens no tempo.

Mas atenhamo-nos à nossa história de zumbis por hora.

Tenho momentos de desânimo às vezes. Vontade de parar tudo, desistir da história que estou contando, partir para outra. Penso, muitas vezes, que a história não faz diferença para as pessoas que a lêem. Às vezes me pergunto se realmente ainda tem alguém que lê a história.

Não é fácil para um escritor parir um romance. Exige tempo, dedicação, abrir mão de outros projetos. Exige disciplina, empenho, criatividade e suor, muito suor. Não é algo que simplesmente aconteça.

E tudo isso com paixão e afinco, sentimentos que estão muito presentes na obra.

Os personagens, em geral, foram inspirados em pessoas que cruzaram meu caminho. Lenora é uma mistura de todas as ex-namoradas que eu tive, sendo um pouco de cada uma. Muito do que Ernesto se lembra realmente aconteceu comigo e com amigos meus, fatos da vida que acabam sendo interessantes demais para não serem transcritos na literatura.

Ernesto é a união de uma série de pensamentos e filosofias de vida que, ao longo de minha existência fui aglutinando. Nem todas elas são ainda válidas para mim, que fique claro. Muito do que Ernesto pensa não é o que penso, mas para manter a coerência do personagem eu preferi que ele tivesse uma linha bastante clara de pensamento. Ernesto é um pastor desiludido? Não. No fundo dele ainda há fé, ainda há esperança. Porém, é um homem prático, que não fica esperando as coisas acontecerem. Ernesto faz, intervém, pois tem dentro de si um inconformismo latente. Ele não aceita a situação do jeito que está. Ernesto é a revolução, por isso seu nome. O mundo, os desmortos, o estão transformando, fazendo com que seu lado primitivo comece a aflorar. Podemos ver isso na frieza com que mata Lúcio e a forma distante como trata Lenora, que ele teve de matar junto do filho.

Lucio, aliás, é um rapaz que eu conhecia na igreja que frequentava em Santos, SP. Seu nome era outro, mas ele venceu batalhas homéricas para se tornar o grande homem que é hoje. Pena que, para servir à trama, tive que mata-lo, mas "Lúcio" é um grande amigo que ainda hoje considero uma das pessoas mais brilhantes que eu conheci na vida.

Janaína é uma amiga enfermeira que é exatamente aquilo mesmo. Dedicada até o final aos seus pacientes. A conheço há pouco mais de um ano e é o bastante para ver sua paixão por salvar vidas. É alguém que eu admiro demais e isso não é segredo para ela. Ah, sim, parte dela está em Lenora também, e acho que isso explica muita coisa.

Claudemir não tem um rosto definido, mas é, em grande parte, meu primo Rafael, que também faz uma ponta no início do Livro II como sobrevivente em São Vicente. Eu pensei em contar a história dele, até tentei, mas foi mais difícil. Claudemir é aquele cara que é pau prá toda obra. A qualquer momento que você estiver mal, ele está lá do lado para ajudar. Fiel e persistente, um amigo de verdade. Tem elementos de outras pessoas que conheci também, mas não muitos, apenas a história de vida.

Renata é um amálgama. Visual de uma mulher que eu vi duas vezes na minha vida, uma investigadora da Delegacia de Homicídios. Baixinha, cabelos compridos, sardas no rosto, pele branquinha, sorriso contrastante com a função. Ana Cláudia, se não me engano. Em meus tempos de repórter policial no Jornal da Paraíba eu gamei na moça. Ficava louco para precisar ir à central de polícia só para ter um pouco mais daquele sorriso. Parte dela é de uma amiga que sempre me joga para cima, alguém que me motiva muito. Muita coisa ainda vai acontecer com renata e ela ainda vai absorver elementos de outras pessoas durante a história. Ela é o óbvio interesse romântico de Ernesto, mas ainda tem bastante coisa para acontecer na história.

Basicamente estes são os personagens mais importantes da história por hora. O cenário é João Pessoa porque foi fácil escolher a cidade onde moro e pela qual estou apaixonado. Então, tudo o que quero é que divirtam-se nesta metade final da Revolução dos Mortos. Vamos juntos até que o último sobrevivente esteja de pé.

Agora, vamos pensar na máquina do tempo que eu tenho que criar. Ela tem que ter alguma base científica, afinal de contas...

sábado, 3 de setembro de 2011

Eu sou Bradley Manning


Eu sou Bradley Manning porque a liberdade não tem preço e a verdade deve ser revelada a qualquer custo. As verdades escondidas por trás da Guerra do Iraque precisam ser reveladas. O Bradley Manning que eu estou dizendo que sou é, na verdade, um soldado americano que vazou imagens de uma operação do exército americano no Iraque. As imagens são chocantes, e a história é bastante longa (para conhece-la por completo, indico a blogagem do sempre excelente Geneton Moraes Neto no seu Dossiê Geral, onde fala do problema como um todo).

Bradley Manning vazou as imagens para o WikiLeaks, hoje está preso e aguardando julgamento. Chamou a atenção de bastante gente, sendo motivo de protestos até em Madri e vem recebendo apoio de vários cantos do mundo, como Holanda, França, América Central, e, mais recentemente, do Brasil.

Protestos em Madri - Foto do site 
A prisão de Bradley Manning é algo irrevogável do ponto de vista legal. Ele foi preso e será julgado como traidor, pois disponibilizou informação ultra-secreta para a mídia, e, dentro do código do exército americano, isso é uma violação às leis.

O que nos faz pensar sobre quem é o verdadeiro "inimigo" contra o qual os EUA tanto lutam. Não seríamos nós mesmos, já que querem guardar seus segredinhos? A maior força militar do mundo não pode ter autonomia, e eu espero, sinceramente, que Barack Obama, como líder maior desta força, reveja os princípios desta guerra. Guantánamo continua sendo uma ferida aberta, o Iraque não está sob controle, a crise continua, mas a indústria bélica a cada dia cresce mais.

Libertar Brad Manning será um sinal de que a liberdade é mais importante que qualquer coisa. Como diria o rei Roberto Carlos, "não importam os motivos da guerra. A paz sempre será mais importante".