quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Minha terra de preconceitos

Ouvindo os relatos de uma amiga sobre o preconceito que ela, paraibana, sofreu na cidade de Santos.

Minha cidade é linda, mas o povo precisa melhorar muito. Santos não é o umbigo do mundo, e santista não é melhor que ninguém.

Depois perde turista e não sabe porquê. Fiquei muito triste ao ouvir a forma como ela foi tratada em uma lanchonete, um armarinho, por um motorista de ônibus e até um universitário.

Não é a primeira pessoa que ouço falando sobre o preconceito inerente ao povo santista.

Saibam que foram os nordestinos que levantaram o porto de Santos. Muitos dos avós e pais destas pessoas que têm preconceito são, na verdade, nordestinos, que, fugindo da miséria, em busca de uma vida melhor, foram para o "sul maravilha" tentar a sorte e viver a vida.

Ao conhecer o Nordeste eu senti uma ponta de inveja do povo daqui. Um povo carinhoso, carismático, alegre, muito, mas muito mais culto que nós, santistas.

Eu senti vergonha enquanto ela falava. Me sentia diminuído. Pensei em amigos e até parentes que tem este tipo de comportamento.

Pensei até nos meus próprios preconceitos, aqueles que, quando cheguei aqui, ainda carregava.

"Nordestinos são burros, feios, comem calango e andam de jumento. Falam errado e são engraçados".

Eu era um idiota. Sempre que ouço este tipo de história eu peço desculpas pelo preconceito das pessoas que nasceram na mesma região que eu.

Um comentário:

  1. Que bom que a vida ensina! Sempre amarei os nordestinos e me dói quando muitos estufam o peito para dizer que são burros e preguiçosos. Não foi isso o que eu via no meu avô.

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