terça-feira, 11 de outubro de 2011

Amor realista

As pessoas pensam que podem evitar o amor, fingir que ele não existe, passar ao largo e, ainda assim, ter uma vida cheia de significado e alegria. Doce ilusão.

Sem amor qualquer outra coisa que se faça fica sem sentido. O amor não te influencia apenas na área de relacionamento. O amor invade cada pedaço da sua vida e se impregna em cada cantinho do seu ser.

Cada decisão que você toma é definida, também, pelo amor que transborda (ou não) de você. Ficar indiferente a isso é perder uma das partes mais importantes de seu poder de decisão.

Ouço gente que diz "Se eu não amar, não me machuco". Com certeza. Sem amar, não nos machucamos. Mas também não nos maravilhamos, não nos surpreendemos, não nos extasiamos.


Uma vida sem amor é como que anestesiada. Passa-se pela vida sem permitir que ela passe por dentro de você.


Podemos viver sem amar, sim. E sem nos machucarmos, também, afinal. Mas apenas os que não entendem que o ser humano é imperfeito, apenas os idealistas, que pensam que existe a "pessoa perfeita" é que acabam se machucando de verdade.


Quando você acha que existe a "pessoa perfeita" você espera que ela nunca venha a te ferir. Se é alguém sem defeitos, então me amará de um amor sem falhas, que gerará toda a alegria possível.


Triste infortúnio... No final, apenas os realistas conseguem amar.


Apenas aqueles que sabem que podem se ferir, que amam o imperfeito, o incompleto. Apenas aqueles que concebem o inconcebível de amar o que o ferirá, sabendo que isso pode acontecer, conseguem amar de verdade.


E quando se ferem, quando caem, apenas levantam, batem a poeira das roupas e seguem sem a ilusão do amor perfeito e eterno que aqueles que não amam pensam que existe.


Afinal, só se fere com o imperfeito aquele que espera pelo perfeito. Não há decepção quando você se propõe a amar o que sabe que vai te ferir. Então, se prepare para viver uma vida de verdade, com amor de verdade, e não o "amor perfeito". Deixe este para os que não querem amar.

4 comentários:

  1. Por muito tempo eu acreditei que fosse uma desaventurada por tornar meus amores românticos em realistas. Mas hoje em dia sei o quando isso me fez crescer e que amar de verdade é viver o real.

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  2. Merci beaucoup, monsieur.

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  3. Embora ainda me sinta um pouco idealista em alguns momentos, concordo com o que você disse!

    Muito bom o texto!

    Quando atualizará?

    Andei atualizando o meu, dá uma olhadinha lá.

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  4. Raiza, a verdade é que transformar o ideal em real é um caminho tortuoso para a maioria das pessoas. Não conseguem desligar a visão do príncipe encantado e da princesa presa na torre.

    Klissia, nem sempre o que é distante é apenas ideal. Muitas vezes é apenas impossível.

    Renata, nunca deixe o idealismo de lado, mas mantenha os pés no chão. Só dá para amar estando pronto para se maravilhar. Não espere pelo perfeito, nem pelo certo. Às vezes o errado pode ser o mais surpreendente e a vida pode ser uma loucura plausível e maravilhosa.

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