terça-feira, 21 de junho de 2011

Aniversário de Machado



Queria comemorar o aniversário do maior autor de língua portuguesa de todos os tempos (Sorry, Pessoa, Camões e Saramago, mas vocês são periferia perto de Machado de Assis). É véspera do meu aniversário, então, mais um motivo para eu comemorar. Machado nasceu há mais de 170 anos, escreveu contos marcantes, romances inesquecíveis e Dom Casmurro, o melhor livro em língua portuguesa de todos os tempos.

Aliás, eu sempre me prometo postar minha lista de cinco melhores livros de todos os tempos e nunca consigo.

1 - Cem anos de solidão - Gabriel Garcia Marquez
2 - O Estrangeiro - Albert Camus
3 - Dom Casmurro - Machado de Assis
4 - Frankenstein - Mary Shelley
5 - Ilusões perdidas - Honoré de Balzac

Esta lista quase nunca muda. Consta dela livros que li há mais de dez anos (O Estrangeiro, Frankenstein), livros que li durante a faculdade (Ilusões Perdidas) e duas leituras tardias (Cem anos de solidão, Dom Casmurro)

Dom Casmurro, aliás, foi o último a entrar aí.

Eu tinha grande preconceito com Machado. Autor de vestibular, clássico da literatura brasileira. As professoras não sabem nos ensinar a gostar de ler na escola. Ao contrário, nos fazem pegar verdadeira ojeriza à literatura brasileira do século XIX e início do século XX.

No entanto, foi uma professora que acabou por me empurrar para querer ler Machado. Uma professora de texto com quem fiz um curso ano passado: Mariana Duccini.

A mulher recitava capítulos completos de Memórias Póstumas de Brás Cubas! Isso era deprimente para mim, literato assíduo, que desconhecia completamente o maior autor brasileiro de todos os tempos.

Corri atrás de Dom Casmurro e comecei a leitura. As palavras, para Machado, têm uma importância tão grande que ele as escreve, reescreve e desescreve. O livro se reinventa dentro de si mesmo, em um exercício metalinguístico cheio de criatividade e profundidade.

Foi com grande prazer que acompanhei a melancólica história de Bentinho tentando justificar seu desamor a Capitu. Foi com grande prazer que me deixei enredar em seu riquíssimo jogo de palavras. Foi com grande prazer que encerrei a leitura menos de uma semana depois de começar.

Não quero saber se Capitu traiu ou não. Capitu é sempre Capitu, Bentinho é que muda. Capitu é um quadro estático dentro do livro, enquanto Bentinho é uma bandeira que tremula, mudando de forma de acordo com a necessidade. Bentinho é rico, Capitu brilha, e Machado... bem... Machado é demais.

Acima, uma das cenas mais bonitas do livro. Algo que comparo ao assassinato cometido por Mersault em "O Estrangeiro", ou a abertura de "Cem Anos de Solidão".

Leiam Machado. Ele vai muito além do vestibular. Ele serve para a vida!

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