quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Amar na diferença

Hoje, mais cedo, no Twitter, vi a mensagem de um importantissimo pastor brasileiro que falava sobre o Grammy Latino e do fato de que ele queria um Grammy Brasileiro.

O fato importante nesta história não é a festa do Grammy ser elegante ou não. As diferenças entre a cultura brasileira e a latina são gritantes, mas a língua não unifica a América. As diferenças entre a Argentina e a Colômbia, por exemplo, são tão grandes quanto.

Acaso não podemos absorver a cultura latina? Não podemos ouvir Marcos Witt? Não temos a capacidade de nos fazer entender?

Talvez o Grammy não precise ser dividido entre Brasil e América Latina. Talvez ele precise, sim, de uma revisão, com claro respeito pelas características de cada país.

Assim como existe o prêmio para o melhor grupo de Rumba, deveria existir para o melhor grupo de Samba.

A cultura latinoamericana é tão rica quanto a brasileira. Precisamos compartilhar isso. Vencer as barreiras linguisticas que nos separam de nossos vizinhos (culturalmente mais ricos que nós, em alguns aspectos) e agir em prol do crescimento.

Não adianta criar nosso guetos. Não podemos viver ilhados.

Nenhum homem é uma ilha, e nenhuma cultura o é também.

Segregar, separar, achar que não podemos nos misturar a eles é negar nossa própria essência como país que se miscigena. Nossa história é marcada por sangue misturado e não por anglicismos segregacionistas. Somos, provavelmente, o país mais globalizado do mundo, pois nossa cultura é rica em influências de todos os continentes, desde os rincões da áfrica até o alto mississipi, todos têm um dedo em nossa música.

Até nossos vizinhos latinoamericanos.

O prêmio precisa, sim, ser repensado. Porém, separar o Brasil é negar a importância de um prêmio de tal magnitude. O Grammy precisa nos unir, não nos separar.

O que o artista brasileiro precisa é perder o medo de atravessar a fronteira e conhecer as flautas colombianas e sua sonoridade. Conhecer o acordeon argentino e sua tragicidade. Olhe para a beleza da música latinoamericana.

Artista brasileiro: ouça guarânias, ouça cúmbia, ouça salsa, mambo, ouça calipso. Seja menos orgulhoso e deixe seus ouvidos serem conhecedores do som da américa que te cerca.

E, por favor, páre de achar que somos diferentes. Somos todos feitos da mesma carne, temos todos um mesmo pai, não temos porque achar que somos melhores que nossos irmãos.

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