terça-feira, 30 de novembro de 2010

Sapato velho



Não sei o que escrever sobre esta música. Talvez não admita que sou um sapato velho. Não tenho facilidade de admitir meus erros, nem de confessar que já fui melhor.

Mas será que fui?

Será que não sou melhor agora que resolvi assumir quem sou de verdade? Que resolvi entender a mim mesmo enquanto ser humano, homem e apaixonado pela vida?

Um sapato velho? Sapatos velhos são mais confortáveis, mais macios, mais fáceis de lidar. Sapatos novos causam bolhas e calos, fazem mal a joanete e aos calcanhares. Sapatos novos são apertados e nos causam desconforto.

Parece com ideias novas, não parece? Ideias que nos causam desconforto, nos descompensam, nos dão mal estar.

Quem está pronto para deixar de ser sapato velho, não é? Estamos conformados a nossas vidas. Amamos de forma lassa, solta, frouxa, sem controlar intensidade e verdade. Sentimos tudo na superfície e achamos que estamos no profundo de nossas almas. Pensamos que tudo é importante, mesmo o que não é.

Sapatos novos nos mostram que existem calos para lixar e bolhas para estourar. Não é extravagância, mas constância e continuidade que faz com que os sapatos se adaptem a nós. Se usarmos os sapatos novos apenas em ocasiões especiais, demorará mais para que nopssos pés se adaptem a eles.

Quero me adaptar aos novos sapatos que estou usando. Meus pés não podem doer mais. Não os quero doendo nunca mais.

3 comentários:

  1. Inevitavelmente o processo de abandonarmos os velhos sapatos é lento e doloroso. Toda renovação tem o seu próprio preço.

    Que os teus pés não doam mais.


    Abraços.

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  2. Ao contrário, Catia!!! Preciso que eles doam. Isso me forçará a andar mais vezes com os sapatos novos, até que lasseem e se tornem velhos...

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  3. Por isso adoro sapatos e quero ter um monte! rs
    Brincadeira.


    Thi, outro blog - para variar um pouco.


    Beijos

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