quinta-feira, 21 de julho de 2011

Dia do amigo (com um dia de atraso)

Ontem foi o dia do amigo. Não sei quantos dias do amigo tem no ano, mas acho que deveriam ser todos os dias o bendito, pois para o amigo não tem dia, hora ou momento certo ou errado para ele aparecer. Amigo simplesmente aparece, sem dia nem hora marcada, senta no nosso sofá e começa a falar das coisas que nos desagradam, mas ele pode, afinal, ele é amigo.
_ Você está comendo esta porcaria?
_ Pára de assistir estas merdas na TV.
_ Tô bravo com você. Esperava mais, sabia?
E a gente deixa, deixa falar, deixa reclamar, pois sabe que é amigo, e que quer o melhor prá gente quando fala as coisas que nos machucam. O amigo vai ser o único que, quando você conseguir uma vitória, vai ter coragem de dizer na nossa cara.
_ Vê se não faz merda dessa vez, hein?
E mesmo assim vai comemorar com a gente.
Mas o amigo também ouve a gente quando a gente reclama. Também aceita nossos toques e nossas ideias. Ou não, nunca se sabe. Amigo tem tantos jeitos de ser amigo que não dá prá dizer que tipo que é cada um. Eu sei que gosto daqueles que querem nos tirar do lugar comum, que querem nos desafiar a repensar a vida. Amigo de verdade é pedra no caminho, ou a gente tropeça ou a gente desvia, mas alguma coisa tem que fazer. Amigo de verdade é aquele que muda nosso rumo quando estamos errados, e não a multidão que aplaude nosso caminho ao penhasco. Se amigo sempre falar bem da gente, a gente deixa de ter o contraponto necessário para crescer.
Então, feliz dia do amigo se você já me deu um carão e me fez bufar de raiva. Saiba que, ainda que meu ego ferido tenha me feito evitar você durante um tempo, sua amizade vale para mim mais do que as multidões que me aplaudiam apesar de eu errar.
E eu conto com você para fazer de novo, ok?

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