domingo, 17 de julho de 2011

E agora?

E agora?
Duas amigas se formaram esta semana. Apresentaram seus trabalhos de conclusão de curso em jornalismo e tiraram excelentes notas. Formadas com méritos, portanto. Ambos trabalho têm um potencial imenso para futuras pesquisas. Diante de mim, nas apresentações, vi os embriões de duas pesquisadoras profissionais da área de comunicação, o início da vida acadêmica de duas futuras professoras de sucesso.


O que ambas tinham em comum além de estarem se formando era a insegurança em relação ao depois. “E agora?”, foi a pergunta que fiz às duas. Em meio a planos ainda mal formados, incipientes, a vontade de tocar as pesquisas para a frente, levar a cabo seus trabalhos, desenvolver-se no meio profissional. Em ambas, a inquietação latente do embrião que quer se tornar feto, e quer se tornar criança e então crescer e frutificar.


E agora? Perguntei a ambas para ouvir suas respostas. Apesar das vontades, seus futuros são hiatos de insegurança. Apesar da coragem e da fé, O que as espera é o inesperado. Eu acredito em ambas. Duas das mais talentosas profissionais de comunicação com quem tive a oportunidade de cruzar.
Uma, preocupada com o caminho que a cultura digital está tomando no Brasil, dona de uma pesquisa de vulto que apenas começou sobre um assunto que apenas começou a ser discutido. Seu campo de trabalho, amplo, trata de novas tecnologias que vêm mudando a vida de cada um de nós, transformando a forma como interagimos com o mundo, com o outro e conosco mesmo.

A outra, mergulhada em um ambiente de fascínio e lenda de um mito incutido em nossa cultura, o vampiro, sendo observado com os olhos de uma heroína romântica e de uma pesquisadora realista e sagaz. Ela chama a atenção para o mito do vampiro, sua construção, sua importância e seus desdobamentos sócio-antropo-psicológicos, em uma cadeia na qual queremos nos prender.

Ambas pesquisas pertinentes para os dias de hoje: uma, discutindo o futuro em que estamos mergulhando, outra, procurando novos caminhos no passado no qual  já estamos mergulhados. Diante de ambas o que vi foram professores entusiasmados com o volume que as pesquisas tinham. Os caminhos e desdobramentos possíveis, os futuros de ambas. Vi professores que enxergavam vasto potencial em minhas amigas, e não é porque são minhas amigas, mas eu vejo o mesmo potencial em ambas, e vejo muito mais.
E agora?


E agora? Elas não me deram respostas satisfatórias. Até porque não é uma pergunta para a qual haja uma resposta satisfatória. Agora é prosseguir, continuar no caminho, fazer a pesquisa, seguir a vida, trabalhar, comer, amar, viver da melhor forma possível, tendo a oportunidade de fazer o que gosta, a oportunidade de lutar pelos sonhos.


E se o futuro não se apresentar majestoso e simpático, cabe a cada um de nós fazer com que ele se dobre à nossa vontade e ao nosso querer, afinal, foi com esta vontade e este querer que elas chegaram onde chegaram. Em uma vejo este querer se manifestar em inquietação, na outra, em insegurança. Naturais, ambas reações são dignas e apropriadas, afinal, elas estão começando um novo tempo em suas vidas, trilhando um novo caminho, seja ele cercado por gigabytes ou por mordidas vampirescas. O que vejo, e me orgulho por isso, é que ambas se darão bem, se virarão da melhor forma possível, passarão pela fase do “E agora?” e crescerão ainda mais, me dando ainda mais orgulho de as conhecer.

Meu recado? Meu recado é o seguinte: Agora vocês comemoram, pois batalhas muito maiores virão. Se vocês vencerão? Eu não tenho dúvidas quanto a isso, mas cabe a vocês fazer estas vitórias virem à tona. Nós somos os donos de nossas histórias, os senhores de nossos destinos e os capitães de nossas almas. Dêem o seu melhor e, acima de tudo, acreditem em vocês, em seus sonhos e em seus pés, pois é sobre estes três firmamentos que vocês conseguirão seguir em frente.


Parabéns para vocês! Eu tenho verdadeiro ORGULHO de as conhecer e ter a chance de conviver diariamente com ambas.

P.S: "E agora?" Isso nem é uma pergunta tão importante, meninas... Podem acreditar... Isso vem de alguém que já se viu diante desta pergunta diversas vezes...

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