segunda-feira, 25 de julho de 2011

Príncipes encantados, princesas e torres de alabastro

No fundo, no fundo, toda mulher é uma heroína romântica em potencial. o realismo e a secura que imprimem à própria vida são apenas as torres de alabastro de onde ela quer ser resgatada pelo Príncipe encantado, o herói por excelência.

Só que a maior parte das mulheres de hoje, independentes, donas de seus próprios narizes, não admite é que querem mesmo isso. Se dizem donas de si mesmas, mas no fundo, bem lá no fundo de seus corações apaixonados, ainda querem que um homem mate os dragões, suba as escadas, acabe com o mago mau, chute a porta do calabouço e as carregue no colo para além dos domínios do realismo. Toda mulher quer ser amada, já diria Rita Lee.

E não há vergonha nenhuma nisso.

O problema é que o mundo e os homens não são tão românticos quanto os sonhos delas. Então elas abandonam este desejo pelo príncipe encantado. E eu não acho que a mulher precise abrir mão de todas as coisas do mundo realista de que falamos. Ela não precisa deixar de ter sucesso, ou buscar ideais profissionais. Ao contrário. Diferente do que a maioria das mulheres pensa hoje, é possível conciliar ambas faces do existir em uma vivência só.

O problema é que as pessoas pensam que é preciso eliminar um para se ter o outro. Não temos tempo para viver plenamente estes sentimentos e ainda conseguir conciliar a casa, o trabalho a família...

Os homens, por sua vez, cada vez mais tem menos postura de cavaleiros andantes. Na verdade, deixam de ser os Príncipes Encantados dos contos de fadas e passam a ser os Príncipes Encantados de Fábulas, a história em quadrinhos. Este Príncipe Encantado é puro romance, sem conteúdo. Apaixonado pela aventura e não pela mulher a ser salva, ele foi casado com Branca de Neve, a Bela Adormecida e Cinderela. Tudo pela glória de ter salvo as três.

No mundo real muitos homens agem assim,  com o intuito de juntar na estante como troféus as mulheres que amou, ou pensou amar. Eu nunca quis isso. Nunca quis me tornar alguém assim, pois acredito que isso seja de um egoísmo triste e vazio. Mulheres não são troféus. E agir assim só faz com que elas coloquem cada vez mais obstáculos para os verdadeiros cavaleiros andantes tentarem se aproximar.

Vejo amigas minhas se tornando pessimistas em relação ao mundo, ao amor e, principalmente, aos homens. Cada vez mais infantilizados, são o maior motivo da desilusão feminina. Homens não são mais preparados para enfrentar o mundo, com escudo e espada em riste, para buscar o amor de nossas vidas. As pessoas, marcadas pela ganância de uma vida de objetivos, e não significância, acabam se voltando para outras lutas. O amor deixou de ser prioridade para esta geração infanto-juvenil de adultos mal formados. Os homens desta geração não têm a fibra moral que marcava os homens de gerações anteriores. Amar não é mais um desafio pelo qual eles querem lutar.

Aos homens, que acabaram se permitindo perder a postura de príncipes de verdade, saibam que, por trás de toda mulher fria e distante, que se diz seca e fechada para o amor, não existe nada mais nada menos que uma princesa indefesa, em constante estado de negação, querendo voltar a acreditar em contos de fadas. Mas, homens, por favor, eles existam, né?

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