sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Mais mudanças



Mudar nunca é demais.

Sempre precisamos rever o que é importante para nós, de uma forma pragmática, mas otimista. Mudar é o caminho natural do ser humano. Esta imprecisão que existe em mim precisa de constantes desajustes para poder funcionar corretamente. Meus pensamentos erráticos precisam de uma desordem e o caos precisa imperar de vez em quando.

É quando o caos reina que encontro em mim a ordem que buscava. Para tanto passei os últimos oito ou nove meses buscando um ajuste.

Não o encontrei.

O Tao, o caminho do confucionismo é cercado em minha vida de inconformidade e inadequação. Não gosto de "quadrados" onde me colocar. Não gosto de não sei manter a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo. Meu coração, turbilhão, vórtice tempo-espacial, porta para outra dimensão, não encontra tranquilidade na solidão. Sim, preciso de uma fiel companheira. Não sei viver sem amar.

E muitas vezes este amor em mim que arde e quer sair busca para onde ir. E ele é exigente, o danado... Uma colega de trabalho, a amiga de uma amiga, uma ex-esposa... Aos que me pensam frívolo, quero dizer que não o sou. Aos que me imaginam superficial por minhas paixonites, saibam que vejo o amor de forma diferente, em todos os seus níveis. O amor não é um girassol aberto, olhando para você sem nada esconder. O amor é uma rosa e suas pétalas fechadas, revelando, a cada pétala tirada, um pouco mais de si. Ama-se aos poucos, e também de uma só vez. Ama-se a pétala e o espinho, pois este não pode ficar sozinho, se se ama a rosa.

Mudo minha forma de amar? Não. Mudo minha forma de demonstra-lo. Segurança nunca foi uma busca para mim em relação ao amor. Até porque o amor não é estável (leia sobre isso aqui), por isso não pode oferecer aquilo que não é.


Mudo minhas demonstrações de afeto, a partir de agora. Mudo minha forma de elogiar, pois minhas palavras perdem valor se jogadas ao vento. Mudo meus relacionamentos. Limpo quem não me quer mais. E o faço com o coração aberto para recomeços, pois recomeços são mudanças, também.

Quanto ao perdão, este nunca neguei a ninguém. Não mudo nisso, faz parte de mim apagar o que machuca. As feridas se fecham, afinal de contas. Cicatrizes só ficam para quem cuida mal de si. Também peço perdão aos que feri, aos que magoei. Peço perdão aos que traí, aos que usei. Diferente da maioria hipócrita, eu admito ter feito isso, apesar de todos, por mais éticos que queiram parecer, o fazerem em maior ou menor grau. Peço perdão por ter te deixado para trás, ou por ter falado o que não devia. Peço perdão pelas más influências. (mais pedidos de perdão aqui)

Eu sou um homem. Humano em demasia, já diria Balzac, e não sei lidar com a mentira sobre quem sou. Sou imperfeito, cheio de neurastenias. Mas luto. Não contra meus defeitos, mas contra as falsas virtudes que a vida resolveu incutir em minha cabeça e que agora, depois de tanto tempo, não me parecem algo que faça sentido.

Eu não mudo para buscar a felicidade. Eu mudo para buscar sentido.


Um comentário:

  1. Boa mudança pra você!
    Que ao final da mudança*, você se admire com a beleza dessa "casa".

    * Se é que existe um final... pois somos seres em constante mudança.

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